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Elijah Hewson, vocalista do Inhaler e filho de Bono, abraça sua identidade: "Não posso mudar isso e nem gostaria"
Banda irlandesa se apresenta nesta sexta no Lollapalooza e fala sobre carreira, influências e primeira visita ao Brasil
Por WEB RIZ
Publicado em 25/03/2025 12:00
Entretenimento

O Inhaler, banda irlandesa de rock alternativo, é uma das atrações desta sexta-feira (28) no Lollapalooza 2025. Com um estilo que mescla rock e pop, o grupo se destaca no cenário musical e, apesar de estar conquistando seu próprio espaço, o vocalista Elijah Hewson ainda é frequentemente associado ao seu pai, Bono, do U2.

Carreira em ascensão

Com o lançamento de Open Wide, seu terceiro álbum, o Inhaler continua sua trajetória rumo ao reconhecimento global. Já no topo das paradas britânicas e atraindo multidões, a banda ainda lida com a curiosidade do público sobre o parentesco de Elijah. No entanto, o vocalista não vê isso como um problema.

"Não sei se meu objetivo é não ser associado a ele. Sempre serei seu filho, isso não muda e nem gostaria que mudasse. Mas o que mudou é que agora temos um público que se interessa mais pela nossa música do que por esse aspecto da minha vida", afirma Elijah, hoje com 25 anos.

Influências e aprendizado com gigantes do rock

Nos últimos anos, o Inhaler teve a oportunidade de abrir shows para bandas icônicas como Arctic Monkeys e Harry Styles, de quem absorveram grandes lições.

"Aprendemos a sermos autênticos. Se você for verdadeiro, seu público embarca junto nessa jornada", diz o baterista Ryan McMahon.

Assim como Styles, eles não têm receio de se aproximar do pop, mas preferem uma abordagem mais voltada ao alternativo, como MGMT, ao invés de sucessos comerciais como os de Sabrina Carpenter.

"Todos amam música pop, mesmo que não admitam", brinca Elijah. "Mas muita gente encara pop como algo artificial, como se fosse uma forma de manipular o público. Para nós, sempre foi natural. Queremos quebrar esse preconceito dentro do rock."

Rock, refrões marcantes e identidade musical

A banda reconhece que o rock atual perdeu um de seus elementos mais marcantes: os grandes refrões.

"Quando o rock dominava as paradas, as músicas tinham refrãos inesquecíveis. Hoje, o indie rock parece ter esquecido como fazer isso. Não que tenhamos descoberto a fórmula, mas definitivamente essa é uma prioridade para nós", explica Elijah.

Em Open Wide, o Inhaler aposta nessa abordagem, misturando rock dançante com camadas de guitarra. Suas influências vêm de lendas como Stone Roses e Nirvana, mas sem cair na caricatura do que se espera de uma banda de rock.

"Essa é uma ótima pergunta", reflete Elijah. "Acho que rock and roll é mais uma atitude do que um som específico. Ele evolui, mas nunca desaparece."

Primeira vez no Brasil

Esta será a primeira visita da banda ao Brasil, e nenhum dos integrantes sequer esteve no país para turismo. Ainda assim, Elijah tem algumas referências culturais brasileiras.

"Uma das minhas amigas de infância era brasileira e sempre comemorava o Ano Novo pulando sete ondas, vestida de branco. Nós fazíamos isso em Dublin, mas estava congelando", lembra o cantor, rindo.

Outra lembrança marcante é o lendário show dos Rolling Stones em Copacabana, em 2006. "Esse é o nosso sonho. Quem sabe um dia?"

Expectativas para o Lollapalooza

Mesmo com experiência em grandes festivais como Glastonbury e Reading, os músicos estão ansiosos para o Lolla e pretendem canalizar essa energia para a apresentação.

"É empolgante saber que estamos nessa jornada há quase dez anos e ainda temos experiências inéditas. Isso nos faz sentir jovens de novo", brinca Elijah.

Além de subir ao palco, o vocalista quer aproveitar o festival como um verdadeiro fã. "Sempre fico com inveja de quem está na plateia. Pode ser que eu faça um pouco de crowd surfing", diz, animado.

 

O baterista Ryan, no entanto, descarta a ideia. "Eu posso garantir que não vou fazer isso", finaliza, rindo.

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